Se você ficou impressionado com a reentrada do satélite desgovernado UARS na última semana, então se prepare. Pelo menos 45 pedaços de satélites e restos de foguetes deverão retornar à Terra nos próximos 60 dias, incluindo um satélite alemão de 2.4 toneladas que deverá resistir ao calor da reentrada.
Dos 45 objetos que deverão reentrar na atmosfera nos próximos 60 dias, 13 são fragmentos restantes da colisão entre o satélite americano Iridium 33 e o russo Cosmos 2251, ocorrida em fevereiro de 2009 em pleno espaço. A maior parte do lixo é composta de restos de foguetes propulsores que foram usados para colocar objetos em órbita e que agora estão retornando à Terra.
Além desses fragmentos, a lista também contempla dois satélites de pesquisa: o pequeno Polysat, da Universidade Politécnica da Califórnia e o telescópio alemão de raios-x ROSAT. Enquanto o Poylsat CP6 não passa de um cubo de 10 centímetros que deverá ser incinerado durante a reentrada, prevista para 6 de outubro, Rosat é um grande equipamento de 2.4 toneladas e que segundo seus construtores, deverá resistir à reentrada.
Desde o início do ano, 269 satélites ou restos espaciais já retornaram à Terra, o que dá uma média de um objeto por dia rompendo nossa atmosfera. Desses, 13 eram satélites e 66 consistiam de fragmentos da colisão entre os satélites Iridium 33 e Cosmos 2251. Por ano, cerca de 80 toneladas de material espacial retornam à Terra.
Rosat
Além do UARS, que reentrou sobre o Pacífico em 24 de setembro, o satélite Rosat também deverá chamar a atenção nos próximos dias. Apesar do UARS ter o dobro da massa do Rosat, sua construção facilitou a ruptura dos componentes, provocada pelas altas temperaturas encontradas na fase da reentrada.
ROSAT tem órbita inclinada em 52 graus, muito parecida com a do UARS. Assim, o satélite deverá cair entre as latitudes 52.00N e 52.00S, com o Brasil novamente na rota dos destroços.
Os primeiros cálculos mostram que o satélite deverá reentrar na atmosfera no dia 11 de outubro, mas a exemplo do que ocorreu com o UARS essa data deverá mudar à medida que novos dados do fluxo solar sejam inseridos nos modelos de decaimento.
Quando foi colocado em órbita, em 1990, Rosat mantinha a altitude nominal de 580 km. Em julho de 2011 esse valor já era de 315 km e agora em setembro o satélite já está a 230 km acima do nível do mar.